quarta-feira, 9 de março de 2011

Assim Falava Zaratustra (HQ)


Quem conhece o trabalho de Alan Moore e David Lloyd (criadores da graphic novel "V For Vendetta") sabe que filosofia e histórias em quadrinhos podem ter uma boa relação. Por se tratar de uma ótima forma de atrair jovens leitores "Assim falava Zaratustra: dos céus aos quadrinhos" em HQ, um belo trabalho da ilustradora paulistana Thaís dos anjos, pode despertar a curiosidade sobre a obra original.

Segue abaixo um texto de Edson Aran (escritor, jornalista e cartunista) que ilustra, de acordo com suas perspectivas, maiores detalhes sobre a obra:








Nietzsche Por Thaís

Para fazer alguma coisa acontecer no Brasil, tem de ser pretencioso. Autores de quadrinhos, então, precisam de dose extra de pretensão. Aqui os quadrinhos ainda são vistos com descaso pela maior parte da intelectualidade. Bobagem, claro.

A literatura com imagens é um excelente instrumento para discutir idéias, como provam Alam Moore e Grant Morrison, para citar apenas dois dos maiores criadores da atualidade. Além disso, também podem servir como material didático e pesquisa.Não por acaso, Will Eisner, o criador do Spirit, dedicou a maior parte do seu tempo aos quadrinhos educacionais.

Com esta adaptação de "Assim falava Zaratustra", Thaís dos Anjos conseguiu as duas coisas: foi pretensiosa e, ao mesmo tempo, muito educativa. A pretensão já nasce do roteirista escolhido por ela, nada menos que o controverso filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), o niilista que combateu os "deuses escravos" e preconizou a aurora do super-homem (olha os quadrinhos ai de novo...). Os quarinhos da Thaís traduzem de maneira objetiva, prática, bela e didática o livro que é o pilar do pensamento de Nietzsche, "Assim falava Zaratustra". Uma empreitada difícil, já que a linguagem do filósofo flerta com a poesia e o simbolismo o tempo inteiro. Mas Thaís conseguiu. O pensamento nietzscheano vem completo e poético num álbum de estréia surpreendente. A moça vai longe, pode ter certeza disso.


A revista foi publicada pela Devir e está a venda na Livraria da Travessa, dentre outras.

(Postado por Miécimo Ribeiro)


terça-feira, 8 de março de 2011

O Virtual, o Real e as Novas formas de Transferência de Informação

      O filósofo francês Pierre Lévy, estudioso dos efeitos da tecnologia na sociedade contemporânea, esboça no seu livro “O que é virtual?” o impacto da tecnologia sobre as relações humanas, econômicas, sociais e, principalmente, sobre o que é real ou virtual.
     O que seria, então, o real e o virtual? Seriam questões completamente indefinidas e cercadas de diferenças ou somente formas paralelas de encarar a realidade?
     Vamos para a educação à distância (ADD) por exemplo. Pierre Lévy demonstra em seu artigo “Educação e Cybercultura” como se é tratada essa nova forma de ensino: dada não num espaço físico, mas no “cyberspace” e da forma que o interlocutor a achar mais viável.
     Na verdade não é diferenciar as maneiras de percepção do real/virtual, mas sim saber que há o concreto nos dois e que é feito do ciberespaço a realidade como conhecemos. 
 
     Voltando à questão da educação à distância é pertinente analisarmos as mudanças sociais que essa trouxe. Ainda no artigo “Educação e Cybercultura”, Pierre Lévy esboça as formas mais comuns das “AAD”: o trabalho com “a hipermídia, as redes interativas de comunicação e todas as tecnologias intelectuais da cybercultura”, isso quer dizer, as formas mais tradicionais de ensino dando lugar a novas práticas indiretas de educação.
     Notório é também a forma das mudanças que é exposto o mundo profissional, especialmente nessa área. Pierre Lévy fala sobre a mudança da forma tradicional de aulas, com o docente presente, tratando com o aluno de forma direta e esse dando lugar a um “animador de inteligência coletiva de seus grupos de alunos”, isto é, alguém que não compartilha a informação de forma direta, mas sim um sujeito mais dinâmico, uma subjetivação do próprio “cyberspace”.
     Temos aí, então, uma forma vulnerável de encararmos o que é real ou virtual. Seria (ou não) o sujeito dinâmico e não direto aquilo que é real, mesmo no “mundo virtual”?
     De acordo com o livro “O que é virtual?”, seria somente a “reconfiguração das civilizações”, ou seja, a virtualização que causa o impacto à partir de tecnologias de comunicação.
     Sobre a economia, pode-se notar a mudança das relações comerciais: são reais, mesmo tratadas de forma virtual, e completamente diferentes dos padrões de compra e venda.
     “A virtualização afeta o cognitivo das pessoas”. Lévy expõe a forma como nossas inteligências foram afetadas com a virtualização.
     O virtual não é somente aquilo que temos apresentado em um senso comum, mas sim as formas mais simples de comunicação, como a oralidade e o acréscimo da escrita. O alfabeto, a imprensa e, finalmente, a internet. Novas tecnologias que forneceram à sociedade mais dinamicidade.
     Depois de novas mídias e globalização, Lévy fala sobre a “Inteligência Coletiva” que gera tamanha transação de informações como nunca antes partilhada. A “World Wide Web” (ou “WWW”) vem para corroborar esse novo movimento de inteligência coletiva que se tornou constante e ordinário no nosso dia-a-dia.
     A internet se tornou ferramenta simples e funcional do nosso dia-a-dia. Não usamos o cyberspace, mas sim vivemos nele. Soa drástico, mas é preciso refletir: há quanto tempo não se usa o bom e velho caderno de notas para poder trabalhar ou estudar? Todos querem rapidez e força dinâmicas, como internet, celulares, e-books, educação à distância, compras e vendas em segundos, leilões virtuais, compra de passagens aéreas, check-in, ir ao banco online, microblogs (aonde você se expressa em, no máximo, 140 caracteres!) e, os tão conhecidos, sites de relacionamentos.
     Não é a questão de ser real ou virtual, Pierre Lévy demonstra em seu livro somente que os dois são questões convergentes, em que um oferece espaço ao outro, de forma mais que transitável. 

Por Paula de Azevedo Bruce, aluna de Filosofia da UFRRJ

A Vida Examinada - O que é Filosofia?


Este vídeo é bastante interessante como introdução a filosofia. O programa, que traz o mito da caverna como eixo de discussão, trata de conceitos clássicos da filosofia. A única critica, de um fator que perceberão ao ver o filme, é que em alguns trechos ao invés de passar uma imagem histórica - mais adequada a situação - tentam passar uma imagem de tolerância racial e cultural. Isso é apenas um detalhe, para o que proponho acho muito interessante. 


Tamanho: 250 MB
Duração: 28 minutos



 (Postado por Erick Costa) 

domingo, 6 de março de 2011

Homens das Cavernas


Platão expõe o mito da caverna para ilustrar aspectos bem específicos. Mas nós como professores – no nosso caso futuros professores – podemos, como fez Mauricio de Sousa, nos deixar levar por novas interpretações. Após deixarmos bem claro o que Platão tinha em vista com o mito, podemos utilizar o tema para discutir aspectos políticos, éticos e comportamentais de nossa sociedade.

Ai está o link para Download dos Quadrinhos - As Sombras da vida de Mauricio de Sousa.
Abaixo duas músicas que poderão ajudar a trabalhar o tema.



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Crônica

Engenheiros do Hawaii

Composição: Gessinger

já não passa nenhum carro por aqui
já não passa nenhum filme na tv
você enrola outro cigarro por aí
e não dá bola pro que vai acontecer

mais um pouco e mais um século termina
mais um louco pede troco na esquina
tudo isso já faz parte da rotina
e a rotina já faz parte de você

você que tem idéias tão modernas
é o mesmo homem que vivia nas cavernas

todo mundo já tomou a coca-cola
a coca-cola já tomou conta da china
todo cara luta por uma menina
e a palestina luta pra sobreviver

a cidade, cada vez mais violenta
(tipo chicago nos anos quarenta)
e você, cada vez mais violento
no seu apartamento ninguém fala com você

você que tem idéias tão modernas
é o mesmo homem que vivia nas cavernas
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Cabeça Dinossauro

Titãs

Composição: Branco Mello / Arnaldo Antunes / Paulo Miklos

Cabeça dinossauro
Cabeça dinossauro
Cabeça cabeça
Cabeça dinossauro
Pança de mamute
Pança de mamute
Pança pança
Pança de mamute
Espírito de porco
Espírito de porco
Espírito de porco

(Postado por Erick Costa)

sexta-feira, 4 de março de 2011

CIberespaço e Informação



            A cada dia que passa presenciamos o duelo titânico pela audiência, seja no meio televisivo, ou nas rádios, por exemplo. Mas em que o povo é beneficiado se A ou B forem líderes de audiência? No que entendo, em nada; porque apenas estas emissoras de informação são favorecidas com seus faturamentos pelos seus respectivos ibopes.
            Mas como dar o valor de verdade ao discurso desses emissores de informação? Como acreditar piamente no que eles emitem?
            Pierre Lévy questiona a estrutura de transmissão da informação. Diz que: “... no entanto é a própria estrutura midiática – um grupo central de emissores e um público de receptores passivos e dispersos – que deveria ser colocada em questão no ciberespaço. Se cada pessoa pode emitir mensagens para várias outras, participar de fóruns de debates entre especialistas e filtrar o dilúvio informacional de acordo com seus próprios critérios (o que começa a tornar-se tecnicamente possível), seria ainda necessário, para se manter atualizado, recorrer a esses especialistas da redução ao menor denominador comum que são os jornalistas clássicos?”.
            A questão é, será que somente as emissoras de comunicação oficial possuem a capacidade de emitir informações com credibilidade? Lévy argumenta que o ciberespaço vem para acabar com isso através do twiter, facebook, fóruns de debates etc. Temos uma imensidão de possibilidades de questionar o valor de verdade daquela informação dada pelo emissor da informação. Até por que no ciberespaço todos têm a capacidade de emitir informação e essas informações têm um valor igualitário. Não existe um que detêm o discurso de verdade ou da verdade. Esta forma igualitária que faz do ciberespaço uma ferramenta para pressionar as instituições físicas por um serviço mal prestado ou até uma informação dada erradamente. Neste sentido o ciberespaço é de grande valia para uma sociedade que a cada momento está mais informatizada e busca ferramentas para ter seus direitos cada vez mais assegurados e visando o bem-estar social.  E como o ciberespaço é um espaço de expressão democrático, ele incomoda a muitos interesses particulares. Não há uma força totalizadora que venha suplantar as opiniões, debates, etc.
             Sendo assim, a capacidade de discutir, convergir às multiplicidades de opiniões faz do ciberespaço um espaço de transformações. Se soubermos nos mobilizar através do ciberespaço a favor dos indivíduos e dos interesses sociais com certeza haverá bons resultados.

Por Davi Teixeira, graduando em Filosofia pela UFRRJ, componente do grupo PIBID.

terça-feira, 1 de março de 2011

Introdução à Política de Aristóteles

Aristóteles deu início a criação de suas teorias políticas a partir do momento que tornou-se receptor de Alexandre ‘’O Grande’’. Segundo o criador, todas as outras ciências estão subordinadas a política dentro de uma cidade, já que em sua opinião esta é a mais suprema. Considerado o primeiro grande mentor de coisas públicas, dizia também que não muito adiantava o estudo da política para aqueles que dispunham de pouca experiência, como os jovens, por exemplo, e assim tornavam esse estudo supérfluo. Considerava como tarefa da política encontrar a melhor forma de governo, instituições, modelos a fim de propiciar a felicidade coletiva. O mesmo acreditava que o Estado era constituído tal qual a uma associação, já que todo e qualquer tipo de associação têm como finalidade um bem. Com isso dizia ser impossível conceber um individuo sem o Estado. Constatando assim que o homem é um animal político, logo, tem necessidade natural de conviver em sociedade. Subentende-se que a comunidade política se dá naturalmente, segundo a própria tendência que os seres humanos têm de se agruparem. Para o autor, das aldeias formam-se cidades e daí por diante com exclusiva finalidade que é a virtude para o bem comum. Aristóteles aceitava a escravidão, considerando- a desejável se estes o fossem por natureza. Então a satisfação de todas as necessidades é proveniente do Estado, já que o homem naturalmente animal e socialmente político não alcança a perfeição sem a sociedade deste. Tornando a coletividade superior ao indivíduo e concluindo que o bem comum é superior ao bem particular.



Tayane Barcelos

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