O filósofo francês Pierre Lévy, estudioso dos efeitos da tecnologia na sociedade contemporânea, esboça no seu livro “O que é virtual?” o impacto da tecnologia sobre as relações humanas, econômicas, sociais e, principalmente, sobre o que é real ou virtual.
O que seria, então, o real e o virtual? Seriam questões completamente indefinidas e cercadas de diferenças ou somente formas paralelas de encarar a realidade?
Vamos para a educação à distância (ADD) por exemplo. Pierre Lévy demonstra em seu artigo “Educação e Cybercultura” como se é tratada essa nova forma de ensino: dada não num espaço físico, mas no “cyberspace” e da forma que o interlocutor a achar mais viável.
Na verdade não é diferenciar as maneiras de percepção do real/virtual, mas sim saber que há o concreto nos dois e que é feito do ciberespaço a realidade como conhecemos.
Voltando à questão da educação à distância é pertinente analisarmos as mudanças sociais que essa trouxe. Ainda no artigo “Educação e Cybercultura”, Pierre Lévy esboça as formas mais comuns das “AAD”: o trabalho com “a hipermídia, as redes interativas de comunicação e todas as tecnologias intelectuais da cybercultura”, isso quer dizer, as formas mais tradicionais de ensino dando lugar a novas práticas indiretas de educação.
Notório é também a forma das mudanças que é exposto o mundo profissional, especialmente nessa área. Pierre Lévy fala sobre a mudança da forma tradicional de aulas, com o docente presente, tratando com o aluno de forma direta e esse dando lugar a um “animador de inteligência coletiva de seus grupos de alunos”, isto é, alguém que não compartilha a informação de forma direta, mas sim um sujeito mais dinâmico, uma subjetivação do próprio “cyberspace”.
Temos aí, então, uma forma vulnerável de encararmos o que é real ou virtual. Seria (ou não) o sujeito dinâmico e não direto aquilo que é real, mesmo no “mundo virtual”?
De acordo com o livro “O que é virtual?”, seria somente a “reconfiguração das civilizações”, ou seja, a virtualização que causa o impacto à partir de tecnologias de comunicação.
Sobre a economia, pode-se notar a mudança das relações comerciais: são reais, mesmo tratadas de forma virtual, e completamente diferentes dos padrões de compra e venda.
“A virtualização afeta o cognitivo das pessoas”. Lévy expõe a forma como nossas inteligências foram afetadas com a virtualização.
O virtual não é somente aquilo que temos apresentado em um senso comum, mas sim as formas mais simples de comunicação, como a oralidade e o acréscimo da escrita. O alfabeto, a imprensa e, finalmente, a internet. Novas tecnologias que forneceram à sociedade mais dinamicidade.
Depois de novas mídias e globalização, Lévy fala sobre a “Inteligência Coletiva” que gera tamanha transação de informações como nunca antes partilhada. A “World Wide Web” (ou “WWW”) vem para corroborar esse novo movimento de inteligência coletiva que se tornou constante e ordinário no nosso dia-a-dia.
A internet se tornou ferramenta simples e funcional do nosso dia-a-dia. Não usamos o cyberspace, mas sim vivemos nele. Soa drástico, mas é preciso refletir: há quanto tempo não se usa o bom e velho caderno de notas para poder trabalhar ou estudar? Todos querem rapidez e força dinâmicas, como internet, celulares, e-books, educação à distância, compras e vendas em segundos, leilões virtuais, compra de passagens aéreas, check-in, ir ao banco online, microblogs (aonde você se expressa em, no máximo, 140 caracteres!) e, os tão conhecidos, sites de relacionamentos.
Não é a questão de ser real ou virtual, Pierre Lévy demonstra em seu livro somente que os dois são questões convergentes, em que um oferece espaço ao outro, de forma mais que transitável.
Por Paula de Azevedo Bruce, aluna de Filosofia da UFRRJ
15 comentários:
Excelente artigo, deixa bem claro sobre o quanto devemos estar atentos as mudanças ocorridas no mundo, principalmente os avanços tecnológicos em contrapartida com a educação mais atrativa e de qualidade, que atenda as necessidades doa atuais alunos, presentes nas escolas do século XXI.
O artigo e muito bom e deixa muito claro qual e o papel de o professor de hoje que nao se atualiza,corre o risco de nao ter uma plateia participante ,pois nossos alunos sao questionadores e gostam de estarem conectados,com este artigo tambem deixa bem claro o que e virual e seu papel na sociedade.Aida Cristina de Morais Lopes Clemente
excellente artigo
muito bom... concordo... a educaçao precisa evoluir tambem na forma de ensinar... Nossas crianças e jovens merecem isso...
O artigo apresentado é excelente e demonstra que a educação e a sociedade estão em espaços diferentes. E que a escola precisa se atualizar e entrar nesse mundo virtual para poder realizar a educação propriamente dita.
O artigo é excelente, passa que o real e o virtual se complementam e o professor deve ser mediador do processo de ensino aprendizagem.
Muito bom este artigo, mas infelizmente, falta muito em nossas escolas...
Muito bom este artigo, mas infelizmente ainda falta muito recurso em nossas escolas...
O presente artigo é relevante, e pertinente ao tratar desse assunto que está em constante mudança e melhorias. A tecnologia evolui e junto com ela a forma dos seres humanos visualizarem as coisas, hoje ela tornou-se necessária meio a educação, e saber conciliá-la a prática educacional é papel do educador que anseia por ensinar e aprender. Buscar conhecimento de modo contínuo é dar novas possibilidades do aluno aprender.
Quando nos deparamos com nossos alunos em sala com seus celulares- hoje proibidos por não sermos capazes de lidar com eles- não conseguimos aproveitar a oportunidade e gerar textos criativos sobre acontecimentos atuais para postar em blogs por exemplo, gerando conhecimento da língua, na escrita correta ou mesmo ensinando ética do que pode ou não ser publicado. Falta sermos oportunistas e criativos.
Nossa muito bom esse artigo a educação virtual vem pra ficar mesmo nos novos tempos.
Muito interessante e nos alerta, devemos ser condutores do saber, incentivadores de questionamentos, da criatividade e da criticidade.
O professor hoje, que não se mantem atualizados em relação as tecnologias, é praticamente um sério candidato a perder o interesse de seus alunos, que mesmo que não saibam ler e escrever dentro das normas cultas, sabem se comunicar pelos diversos meios tecnológicos.
O Artigo é excelente! Faz - nos repensar a nossa prática que muitas vezes insiste em permanecer no passado, quando apenas se usava o quadro negro e o giz para repassar conhecimento, tempo em que o professor era detentor do saber e o aluno mero aprendiz. Hoje estamos cercados de recursos tecnológicos e precisamos nos adaptar e aprender a usá-los ao nosso favor.
`e um bom artigo, onde mostra a realidade, em relação as mudanças na e educação tradicional e edução atreves das tecnologia.
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