Nos tempos atuais, o contato com a tecnologia tem sido observado cada vez mais cedo entre os indivíduos da sociedade. Onde antes haviam crianças brincando com carrinhos ou fazendo perguntas a pessoas mais velhas, temos crianças jogando videogames e fazendo pesquisas em computadores. A necessidade de contato físico faz-se cada vez menos utilizada em certos procedimentos, uma vez que alguns "cliques" podem, facilmente, evitar uma longa viagem ou uma simples caminhada até uma agência bancaria ou até mesmo a um cinema.
Essa facilidade de acesso na qual desfrutamos hoje é responsável pelo que pode ser chamada de "evolução precoce" dos indivíduos. Ora, uma biblioteca com milhares de obras pode ser encontrada em qualquer casa que possua um computador e um usuário qualificado, usuário esse que tem se tornado cada vez mais jovem com o passar do tempo. A expressão "essa criança nasceu mexendo no computador", que é muito utilizada pelos pais, está cada vez mais próxima de se tornar uma realidade. A geração de jovens que temos hoje são, graças a esses meios de comunicação, naturalmente mais aptos a um crescimento intelectual, enquanto os mais velhos devem se atualizar frequentemente para acompanhar o ritmo gradativo da sociedade que se encontram.
Esse tem sido o caminho trilhado por nós, caminho esse que não tem mais volta, já que, "voltar" é, literalmente, por em risco todo o avanço intelectual que atingimos. Mas, por que voltar é tão arriscado? Ora, se temos em mãos ferramentas que nos permitem reduzir o tempo de cumprir certas atividades com o mesmo resultado ou até melhor, por que deixaríamos de usá-las? Por exemplo, anos atrás as câmeras fotográficas só utilizavam rolos de filmes, esses nos quais deveriam ser revelados; porém o processo demorava um longo período. Ao contrario, hoje temos câmeras fotográficas digitais, e o período que demoravam para obtermos a imagem capturada foi drasticamente reduzido, e essas fotos ainda podem ser devidamente "alteradas" de acordo com o gosto do fotografo pra qualquer que seja sua finalidade. No ritmo gradativo de avanços tecnológicos e intelectuais no qual estamos, cada nova expansão, ou atualização, cria, consequentemente, uma ou mais direções para uma nova atualização, e essa cria outra e assim sucessivamente. E essa velocidade de atualizações que vivemos tem seu tempo reduzido a cada vez que ocorre. E hoje alimentamos essa velocidade que se tornou, para nós, uma dependência. Precisamos estar nos aprimorando a todo o momento para estar socialmente e intelectualmente acompanhando as mudanças de nosso meio.
Vivemos então essa Cibercultura, descrita por Pierre Lévy. Um sistema colossal de redes onde transitam todas as informações acumuladas ao longo do tempo, como se todo conhecimento fosse apenas um. Um momento em que toda e qualquer informação pode ser acessada por qualquer um que esteja disposto a isso e informações que, ao passar pra um conhecimento coletivo, possibilitam avanços em diversas áreas como saúde e tecnologia. Ora, a cura pra alguma doença que assola alguma região já pode ter sido descoberta por outra pessoa em outro lugar, essa informação pode cruzar o planeta em alguns segundos e salvar a vida de varias pessoas, assim como novos métodos de plantio mais eficientes, criados por grandes empresas no ramo da agricultura, podem ser, igualmente, divulgados e, assim, aumentar a produção de alimentos de uma fazenda familiar ou vice-versa. Porém, até o individuo sem intenção de absorver, de fato, um conhecimento acaba por fazê-lo inconscientemente, mas como? Ora, um jovem que navega pela internet pode ter contato com diversos tipos de idiomas simultaneamente e absorve-los sem ao menos ter noção disso. Ele pode não saber a tradução de termos como "On-line" ou "Chat", mas ele sabe o que é. Como dito anteriormente, os jovens já tem uma predisposição intelectual natural de lidar com esses avanços.
Na educação, a utilização de recursos tecnológicos tem se mostrado cada vez mais evidente, alunos tem a sua disposição equipamentos e documentos audiovisuais que auxiliam na sua formação, como programas que simulam desde efeitos de fenômenos climáticos a uma cirurgia cardíaca nos mais delicados detalhes sem por uma pessoa, de fato, em risco. Isso contribui com profissionais especializados de alto nível para o mercado de trabalho, profissionais esses que, talvez, futuramente possam ser responsáveis por algum outro avanço que beneficie nossa sociedade.
Por Mário Fellipe Marques Maia, graduando em Filosofia pela UFRRJ e componente do grupo PIBID.
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