sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011


            Uma demasiada velocidade na transformação dos saberes permite constatar pela primeira vez na história da humanidade que uma grande parte de conhecimentos adquiridos durante sua carreira irá cair em desuso, será antiquado por conta dessa mutação constante do know-how. Pierre Lévy argumenta sobre uma nova natureza de trabalho que se resume na transição de saberes, produzir conhecimentos e que de outra forma podemos entender que trabalhar consiste em aprender cada vez mais. Dentre toda essa aplicação da cybercultra em nosso mundo contemporâneo observamos tecnologias intelectuais que amplificam a função cognitiva humana, como é demonstrado no artigo de Lévy: a memória (bancos de dados, hipertextos, fichários digitais) a imaginação (simulações), a percepção (sensores digitais, tele presença, realidades virtuais, os raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos).

         Dentre esses itens demonstrados, o que percebo também como mais enfático de todo esse desenvolvimento da cybercultura é uma mera analogia com nossas capacidades cognitivas, entretanto, mais amplificadas e aperfeiçoadas. Graças a essas tecnologias, a aproximação do conhecimento se torna muito mais acessível que outrora, tendo em vista que não é mais necessária uma dedução lógica, ou uma inferência para obter-se conhecimento. Uma verdadeira fábrica de saberes industrializados, com permissão da metáfora aludindo a uma produção de conhecimentos industriais de fácil acesso. O que também não deixam de ser conhecimento no sentido epistemológico. 

          Segundo as palavras de Lévy e com a minha observação podemos examinar uma modificação do saber que outrora poderia ser denominado como abstrato transcendental e agora está se tornando cada vez mais palpável, tangível a todos; podendo ser expresso por uma população. Através das páginas da WEB podem ser expressos, articulados os conhecimentos adquiridos via ciberespaço. Sendo assim suas páginas digitais análogas às páginas de papéis no sentido de divulgar o saber.
Com efeito, toda essa comunicação virtual estabelecida pelas vias da Web, a criação de redes sócias com cada vez mais entretenimento de uma maneira mais grosseira a viciar os “viajantes da rede” (expressão minha) está em minha opinião ao contrário da levantada por Pierre Lévy afastando uns dos outros, tornando-se essas imensas redes sociais um mundo no qual não parece existir vida além dele. Contudo, não podemos de maneira alguma sustentar um argumento visando somente um lado extremo da situação. A facilidade que obtemos na comunicação, no processo de divulgação de reuniões, na organização de colóquios é exuberante. Agora nos comunicamos com quem está do outro lado do mundo sem sair do nosso próprio quarto. Ou se quisermos podemos até acessar a internet em qualquer lugar do mundo através da ferramenta da internet 3G e obter todas as informações locais e exteriores com apenas alguns movimentos delicados dos dedos. De certa forma o que chamamos de “passar o tempo todo em frente ao computador” soa mais pejorativo do que “passar horas em frente ao livro numa leitura inebriante” visto que, o contato com o discurso direto de um livro, todo o universo que está contido naquelas folhas de papel nos transmite conhecimento e experiências mais imediatas e acredito ser mais reais.
Por conseguinte, os sistemas de educação estão sofrendo hoje em dia com as novas obrigações de acordo com a quantidade, a velocidade e a diversidade que se encontra a evolução do saber. Em questões quantitativas nunca foi tão grande a procura por formação. Para isso pensamos em diversas formas de divulgar o saber para os alunos, mas não pensamos também que toda essa forma de aprendizado virtual requer custos e custos altos e não são todos os países que possuem uma economia rentável para absorver esse novo modelo de educação. Sendo assim como ficariam os países pobres da África, alguns países da América do Sul? Enfim, esse não é o tópico de discussão, mas sim uma reflexão posterior às leituras.
Com toda diversidade e facilidade de se obter formação e conhecimento, devemos entre todos esses adquirir uma forma em que se encaixe nas escolas, de entreter os alunos como se estivessem em seus mundos virtuais quando estão “logados” em suas redes sócias. Por exemplo, as aulas multimídias, audiovisuais que fornecem todo um aparato para cobrir as necessidades que tem o “aluno”.  

 Por Thiago Barros, graduando em Filosofia pela UFRRJ. Projeto "PIBID", 2010.

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